Em tempos de grandes eventos como a Copa do Mundo, muito se
escuta, muito se fala... E em meio a tantas “palavras”, assistimos um tráfego
de ofensas, xingamentos, elogios, críticas... Muitos querem se impor pela
palavra, outros usam a palavra pra se defender... O fato é que nunca falamos
despretensiosamente, mesmo que num primeiro momento
pareça oculta pra nós, há sempre uma intenção, que pode brotar repentinamente
de forma consciente, ou emergir das cortinas do nosso sub e inconsciente, ou
seja, do nosso “passado” – remoto, ou próximo.
Assim, quando usamos a expressão: “falei sem pensar”, na
verdade estamos ocultando o que realmente acontece e a expressão mais próxima
do processo que decorre da “fala” repentina deveria ser: “dei voz ao meu
pensamento”.
Sim, somos responsáveis pelo que falamos, pelas “palavras”
que colocamos no tráfego do tempo, na velocidade do vento. A máxima em nossas
vidas tem sido cada vez mais “ORAI E VIGIAI...” (Mt 26, 41) e se me permitem,
digo ainda: “vigiai vossos pensamentos para não ter que reparar vossas
palavras”. Vigiar os pensamentos precisa ser entendido no sentido mais amplo,
dilatado pela transcendência do nosso “ser” e “estar”. Vigiar os pensamentos é
buscar o equilíbrio de nossas emoções, sentimentos... é buscar a saúde de nossa
mente, a serenidade de nossa alma, é buscar o equilíbrio entre corpo, alma e
espírito – é o ser e estar bem comigo e com o mundo.
Por ser a projeção do nosso pensamento, materializamos na
forma de palavras o que a mente já plasmou em “formas pensamentos”, as imagens
uma vez projetadas passam a fazer parte de nosso astral, gravadas como
metáforas mentais imagéticas. A partir do momento que o outro escuta e recebe
nossas palavras também produz suas próprias metáforas mentais, plasmando suas “formas
pensamentos” que também passam a preencher o seu astral, assim, num processo recíproco
e sucessivo, vamos sobrepondo palavras, imagens, materializando pensamentos e
em decorrência disso, conduzindo nossas sintonias vibracionais, ou seja,
elevamos ou rebaixamos nossa frequência vibracional eletromagnética dependendo
do que projetamos astralmente como “forma pensamento”. Vale ainda destacar que,
outros que percebem nossas “imagens mentais”, se afinando com nossa frequência,
passam a compartilhar das egrégoras que criamos, cultivamos e expandimos.
Se entendermos esse processo, entenderemos os motivos que nos
levam a esticar uma conversa ou uma discussão, em que muitas vezes nos conduzem
a total perda de controle de si, chegando até mesmo a agressões verbais e
físicas. Vamos nos envolvendo nas palavras nos pensamentos, como um emaranhado
de fios que vão tecendo e amarrando os pontos de uma rede, que pode se
transformar numa teia em que podemos nos encapsular, passando facilmente de “donos
da verdade”, ou seja, de predadores, a presa, vitimas em uma situação em que
nós mesmos nos atiramos, ao arriscarmos a primeira palavra.
Quando as palavras nos conduzem a boa conversa, não há
predadores ou presas, tecemos em conjunto nossa rede de conexões e expandimos
egrégoras de conhecimento, de amor, de paz, de alegria, de fé e são esses bolsões
energéticos e fluídicos que nos alimentam astralmente, nos sintonizando com frequências
semelhantes, garantindo nosso “bem estar”, mesmo nos momentos desafiadores da vida...
(Por: Claudia Conte dos Anjos Lacerda
Pedagoga e Sacerdotisa da Comunidade
Espírita Legião Azul - Casa Amigos da Paz
Leopoldina - MG)